sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

TRAÇO DE CONCRETO: A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DA ÁGUA


Traço de concreto: a importância do controle da água

Conhecida como solvente universal, a água é fundamental na preparação do concreto. A correta dosagem do elemento interfere diretamente nas reações químicas da mistura e, consequentemente, nas características técnicas de resistência e durabilidade das estruturas. Neste texto, que faz parte da série de reportagens sobre Traço de Concreto, conheceremos a importância do controle da água.

De acordo com José Freitas Júnior, docente da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a presença do líquido é indispensável, entre outras razões, porque o cimento consome aproximadamente 19% de seu peso em água para formar os cristais sólidos que promovem a resistência mecânica do concreto. O líquido também atua na trabalhabilidade do concreto, ou seja, colabora para que a mistura assuma aspecto plástico suficiente para ser transportada e aplicada nas fôrmas.

Quantidade ideal

Para que cumpra suas funções, a água deve ser adicionada em quantidades adequadas, dependendo de cada caso. “Costumo exemplificar o fator água/cimento (a/c) relacionando com o preparo de suco em pó. Quando temos mais água do que o recomendado, o resultado será um líquido colorido e adocicado, mas não o suco propriamente dito”, explica o professor Marcos Valin Jr, docente do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) – Campus Cuiabá.

A precisão dos cálculos para determinar a quantidade ideal de água só é possível após o estudo de dosagem, que leva em consideração local e tipo de aplicação, requisitos de projeto, qualidade do cimento e agregados disponíveis, entre outros fatores. “Geralmente, o consumo varia de 160 a 250 litros para cada m³ de concreto”, afirma Valin. Os parâmetros mínimos da relação a/c são estabelecidos pela ABNT NBR 12655 – Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento.

Segundo o professor do IFMT, muitas vezes, o estudo de dosagem não recebe a atenção necessária devido aos cronogramas apertados. A análise deve constar da fase de planejamento da obra. Sua execução e princípios básicos precisam ser rigorosamente seguidos. “Em um país de proporções continentais como o Brasil, cada construção apresenta particularidades que necessitam ser consideradas. Por isso, é recomendado abolir as tabelas de traço geral”, recomenda.

Problemas da falta de controle

A ausência de controle da água é uma das principais causas de fissuras no concreto, que surgem devido à retração que ocorre durante o endurecimento da estrutura. “O excesso de água é um catalisador da retração, mas não é a única e nem a mais importante causa. A falta de cura (procedimentos de proteção para minimizar a perda de água) e a exposição excessiva ao sol ou calor também influenciam o fenômeno”, diz Freitas. Outro problema causado por misturas com água em demasia é o concreto com alto índice de vazios.

Já a falta de água dificulta os processos de lançamento e adensamento, provocando falhas de concretagem. “Nesses casos, além dos altos custos para os reparos, há o comprometimento da segurança da estrutura”, adverte Valin. Na etapa de preparação da massa, em hipótese alguma deve ser adicionada água sem o devido controle. “O processo de produção precisa assegurar que a quantidade de água seja exatamente a especificada, nem mais e nem menos”, complementa Freitas.

Equipamentos

Existem diversos equipamentos que auxiliam no controle da quantidade de água adicionada na mistura. Em pequenas obras, em que o concreto é produzido manualmente, um simples balde graduado ou de volume conhecido pode ser utilizado. “Entretanto, essa alternativa não é indicada para execução de peças estruturais”, recomenda Valin. Opção que permite maior controle na preparação do concreto misturado na obra é a proveta graduada. “O equipamento é normalmente utilizado quando a massa é produzida na betoneira e os agregados são adicionados através de padiolas”, completa.

Os materiais de maior precisão no controle são os hidrômetros, que, geralmente, são instalados nas centrais dosadoras e nos caminhões betoneira. Outra possibilidade, também de resultado bastante exato, é a utilização de balança para medição de cada elemento adicionado ao traço de concreto.

Independentemente do equipamento, é imprescindível a calibração prévia e que existam planos de manutenção dos dispositivos. “Por exemplo, o balde pode amassar, os marcadores da proveta ficarem apagados ou existirem erros na balança e hidrômetros”, detalha Valin, ressaltando que nunca deve ser adicionada água diretamente da mangueira, pois não há como controlar a quantidade.

Controle da cura

A hidratação do cimento continua por um longo período após a preparação do concreto, e é preciso que as condições ambientais favoreçam essas reações químicas. “A água de amassamento (da mistura) é essencial no processo de hidratação. Por isso, é necessário que após a pega (endurecimento) não ocorra a secagem do concreto”, fala Valin.

Existem variados métodos para manter a umidade, e cada situação demanda uma solução diferente. Por exemplo, para que produtos pré-moldados ganhem resistência mais rapidamente, o processo indicado é a cura a vapor, que consiste no aquecimento da peça em ambiente saturado de vapor.

Já para pavimentos expostos ao sol, pode-se espalhar serragem ou sacos de ráfia, mantendo a superfície sempre úmida durante alguns dias – entre sete e 14 – conforme a necessidade. “Em pisos que não receberão nenhum tipo de tráfego, a alternativa é utilizar agentes de cura à base de parafina ou óleo, materiais que são mais leves do que a água e evaporam lentamente, prendendo a água dentro do concreto abaixo. Está técnica é interessante por ser possível aplicá-la sobre o concreto ainda fresco”, detalha Freitas.

Quando o ambiente é protegido do sol, após 24 ou 48 horas, a superfície do concreto pode ser saturada em água e até coberta por plástico impermeável. Atualmente, algumas obras estão elevando a resistência do concreto para dispensar a realização da cura. “Essa é uma prática desesperada para contornar a falta de planejamento”, adverte Valin.

Qualidade da água

Para ser empregada no concreto, a água deve ser potável. “A presença de matéria orgânica prejudica a durabilidade da estrutura ou resulta no aparecimento de manchas. Outra questão é a existência de sal (NaCl), que é bastante prejudicial para as armaduras de aço”, ressalta Freitas. De maneira geral, a água de abastecimento público atende aos critérios necessários. “Essa questão é tão importante que existe uma norma exclusiva para tratar do assunto, a ABNT NBR 15900 – Água para amassamento do concreto”, finaliza Valin.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Custo da construção civil acumula alta de 6,18% em 12 meses


Carpinteiros trabalhando na construção de uma casa em Brandywine, Maryland

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), que mede a inflação do setor no país, teve aumento de 0,1% no custo do metro quadrado em novembro, bem abaixo do 0,64% de outubro.

O Sinapi, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumula taxa de 6,18% em 12 meses.

O custo nacional da construção, por metro quadrado, subiu de R$ 1.021,25 em outubro para R$ 1.022,26 em novembro.

A mão de obra teve inflação de 0,27%, passando a custar R$ 491,08 por metro quadrado. Os materiais de construção tiveram deflação (queda de preços) de 0,06%, passando a custar R$ 531,18 por metro quadrado.

Quinze das 27 unidades da Federação tiveram aumento do custo da construção em novembro, com destaque para Pernambuco (2,47%). Doze unidades da Federação tiveram queda de custo, com destaque para o Pará (-0,38%) e Minas Gerais (-0,32%).

Exame.com

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

LAJES TRELIÇADAS E SEUS BENEFÍCIOS



As lajes de concreto são encontradas em grande parte das construções. Muitas vezes, mesmo havendo um telhado de telhas de barro, alumínio ou fibrocimento cobrindo a residência, por baixo desta estrutura existe uma laje de concreto, cuja função é aumentar o isolamento ou apenas servir como forro para os ambientes.

As Lajes Treliçadas pré-moldadas ou pré-fabricadas já chegam prontas ou semi-prontas na obra. São compostas por placas ou painéis de concreto preenchidos com lajotas de cerâmica ou isopor, a fim de formar um conjunto resistente.

Como vantagem, o sistema apresenta o custo acessível e a facilidade de montagem. Além disso, dispensam a grande quantidade de madeira usada na execução das lajes convencionais. A desvantagem está em eventuais problemas de acabamento e na maior propensão a trincas. Entretanto, desde que bem projetadas, são muito eficientes. Alguns dos tipos mais frequentes de lajes pré-fabricadas são:

LAJES TRELIÇADAS EPS (ENCHIMENTO EM ISOPOR)
Os benefícios em utilizar as lajes treliçadas EPS na construção são vários, um deles é a capacidade da laje em suportar grandes cargas, diminuindo a necessidade de utilizar muito concreto na obra.

Vantagens da Laje Treliçada EPS

  • O uso das lajes treliçadas EPS permite o isolamento térmico e acústico do ambiente;
  • Estas lajes oferecem maior facilidade na hora de realizar recortes nas tubulações;
  • As lajes pré-fabricadas, que têm em sua composição elementos de isopor EPS, têm seu peso próprio reduzido, contribuindo assim com cargas menores nas estruturas e fundações (em comparação com as lajes maciças);
  • Lajes treliçadas EPS são de fácil transporte, rápida execução e escoramento reduzido. 

LAJES TRELIÇADAS COM CERÂMICA (ENCHIMENTO COM LAJOTAS)

As lajes treliçadas da Eco Verde permitem o enchimento com lajotas de cerâmica, pois utilizam os mesmos padrões e normas técnicas do mercado da construção civil brasileira.

Vantagens da Laje Treliçada com Cerâmica
  • Lajes treliçadas com cerâmica não necessitam da utilização de fôrmas;
  • Elas possuem deformações menores, garantindo assim a ausência de trincas na laje;
  • As lajes podem ser utilizadas em qualquer tipo de estrutura suportando grandes cargas;
  • As lajes treliçadas com cerâmica são mais leves, por isso, contribuem na diminuição do peso total da laje, aliviando estruturas e fundações;
  • Lajes treliçadas com cerâmica são de fácil transporte, rápida execução e escoramento reduzido.